20050330

Revelações inusitadas

Entra acelerada.
Despenteada.
Esbaforida.
Corada.

Vê-se que ainda correu bastante para apanhar o comboio.
Vinha cheio.
Tinham reduzido o número de carruagens por ser altura de férias.
Muita gente em pé, em constante luta pelo euqilíbrio.
Calor humano. Calor do Verão.

Afogueada, encosta-se à porta do WC.
Porta aberta, quase que cai redonda no chão.
Envergonhada, recolhe-se a um canto da carruagem.
Ainda não refeita da corrida, a respiração teima em acalmar e retomar à normalidade.

Sua em bica.
Gelada no Verão.
Tremores percorrem-lhe o corpo.
Olhar vidrado, procurando incessantemente um rosto conhecido.
Ninguém.

Ninguém.

Sente-se agoniada.
Perde a força nas pernas trémulass e eis que num ápice alguém se levanta do seu lugar e a ampara.

Desfalece-lhe nos braços.

Recupera nuns breves longos segundos.

Um olhar ternos e verde acalma-a.
Cede-lhe o lugar.
Rapidamente adormece.
Acorda na sua estação e é levada a comer qualquer coisa.
Contra a sua vontade.

Aquela mulher de olhos verdes maduros bem podia ser sua Mãe.

Anorexia.
E só hoje o soube...
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